Ça va bien, Montreal!

“Alô, Mochileiro. Venha conhecer o Canadá!” Foi assim, por e-mail, que conheci Anne, brasileira que vive no Canadá há nove anos ao lado de Ray, aventureiro de carteirinha. Eu ainda avisei que mochileiros não recusam esse tipo de convite. Mas como ela disse que era mesmo para aceitar, lá fui eu! 

 

Passaporte cheio e mais um visto para tirar. Isso rendeu um atraso no planejamento e uma semana corridaem Nova Iorque. Como documento novinho na mão e primeiro visto estampado nele, tudo se resolveu e, durante uma das congelantes noites do outono da América do Norte, deixei os Estados Unidos e pousei na grande Montreal. Pela primeira vez nessa viagem, os termômetros passaram dos graus positivos para os negativos e o Mochileiro quase virou picolé.

Cheguei na casa da minha nova anfitriã e, de boas-vindas, ela serviu uma bela macarronada. Ótimo papo e, daí em diante, já me sentia em casa!

Amanheceu e, mesmo com cinco graus abaixo de zero, fomos para a rua, conhecer a segunda cidade de língua francesa mais populosa do mundo (atrás apenas de Paris). Logo na primeira esquina, a surpresa: alguns floquinhos de neve já pousavam nos nossos ombros. Nos dias seguintes, a neve não voltou, mas o aviso estava dado: o inverno vem aí!

A população se prepara para receber a estação gelada e os muitos centímetros de neve que vão se acumular pela cidade. Por aqui, a população não gosta muito da neve e, “carinhosamente” a apelidam de “la merde blanche” – “a m… branca”.

Como não tem jeito e a realidade é outra para quem tem que conviver com isso anualmente, a solução é se adaptar. Varetas de sinalização já estão espetadas nas calçadas. Guiando-se por elas, carros da Prefeitura passarão máquinas para retirada da neve, criando corredores de circulação para as pessoas. O mesmo acontecerá nas ruas. As coberturas para os carros que ficam estacionados ao ar livre já estão sendo entregues e, aos poucos, a cidade vai se transformando.

A multicultural Montreal é charmosa. A arquitetura antiga, os prédios baixos e as escadarias dão um ar de aconchego. As pessoas, bonitas e elegantes, caminham encapotadas entre as ruas, cafés, museus e lojas. No meio disso, as árvores, quase peladas, recebem apenas os últimos retoques de passarinhos e esquilos, que recolhem alimento e armazenam nas suas casinhas e ninhos de folhas, fixados nos galhos.

Na cidade mais importante da província de Quebéc, lado francês do Canadá, o idioma dá um tom diferente à cidade e é mais um motivo para ela ser chamada de “a Paris das Américas”. Até a Notre Dame daqui não deixa nada a desejar. Bonita e imponente, já enfeitada para o Natal, brilha na parte baixa da cidade.

Do alto do Monte Royal – que empresta seu nome à cidade – é possível ter uma visão completa da região. A leste está o rio São Lawrence, que separa a península de Montreal das Ilhas de Santa Helena e de Notre Dame. Nessas ilhas estão bonitos e importantes pontos da cidade, como o Parque Jean Drapeau, o Museu do Meio-Ambiente (Biosfera), o circuito Gilles Villeneuve de Fórmula 1, a Universidade Sherbrooke e o famoso Cassino.

A norte está o Jardim Botânico; a oeste a parte residencial da cidade. No alto do Monte, fica o Oratório de São José – um lugar bonito e tranqüilo, que me recebeu e ouviu meus agradecimentos pelos últimos meses. Este santuário é o maior e mais importante no mundo dedicado a São José, e, anualmente, milhares de visitantes e peregrinos passam por lá.

 

A outra opção para ter uma visão panorâmica da cidade, é o Estádio Olímpico, sede dos Jogos de 1976. O formato oval, que parece um porco-espinho, e a torre inclinada, dão um ar moderno e interessante ao complexo. Esse é sem dúvida um dos destaques de Montreal e por isso o escolhi para me despedir da cidade e para guardar a última lembrança daqui.

Bem agasalhado para me proteger do frio, mudo de cidade, de província e de idioma. De Quebec sigo para Ontário; de Montreal para Toronto e de francês para inglês. Essa será minha despedida da América do Norte. Fiquei de olho aqui. Até breve!

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