Mochileiro no Laos. Paz e natureza!

Vinte minutos antes do meu embarque, soube que meu visto para o Laos não tinha ficado pronto. “Problemas na embaixada. Às vezes eles ficam muito ocupados por lá!”, foi o que disse a prestativa vietnamita que havia me prometido o selo de entrada no Laos.

As opções dadas por ela não foram as melhores e eu, com a passagem na mão (ou pelo menos a promessa de que poderia entrar no ônibus), segui, na garupa de uma motocicleta, até a rodoviária.

O ônibus partiu no sistema “no ticket”. Fiquei um pouco mais tranquilo quando descobri que os demais passageiros também não tinham nem passagem e nem visto.

Luang Prabang – Barco se preparando para partir no Rio Mekong

Às 5h30 da manhã do dia seguinte, acordei com o ônibus parado e uma música alta do lado de fora. Desci e soube, pelo pai de uma família mongol com quem fiquei conversando na noite anterior, que estávamos apenas esperando o horário da fronteira abrir para subir a montanha.

Foi mais simples que eu pensei. Em alguns minutos, após os devidos pagamentos (uns até suspeitos), deixei o Vietnã e entrei no último país que visitaria na Ásia: o Laos.

Minha passagem pela capital Vientiane foi expressa. Em algumas horas, eu já seguia para Vian Vieng para experimentar a maior atração de lá: o Tubing.

Sentado em uma bóia de caminhão, desci o rio Nam Xong. Margeado por enormes árvores e montanhas, o trajeto pode ser percorrido em duas horas, caso você não pare durante o percurso. Mas é aí que está a graça. Com a ajuda de varas ou bóias, atentos funcionários dos bares esperam por um aceno positivo para “pescar” clientes para dentro dos seus estabelecimentos.

Tubing

Cada bar toca um tipo de música e todos oferecem bebidas e comidas. A concorrência é sadia e os bares que recebem mais turistas são aqueles que oferecem mais atividades, como tirolesa, pêndulo, vôlei (na lama ou na grama) e até uma fogueira para esquentar os friorentos. Diferente e divertido!

No final, sem bares ou música, apenas boiei por cerca de uma hora, admirando a paisagem, ouvindo a natureza e imaginando o que me esperava no dia seguinte,em Luang Prabang, considerada a jóia do país – uma cidade que reflete a serenidade e o espírito do Laos.

Enquanto muitos monges trabalhavam na construção de um grande barco de bambu para o festival Boun Ok Phansaa (corrida de barcos), Saykeo, um dos líderes do grupo, me convidou para conversar e contar um pouco da festa que acontece todo mês de outubroem Luang Prabang.

Esse festival acontece para que a população possa oferecer algo a Buda e assim receber felicidade, saúde e uma boa vida. Os monges de cada templo fazem seus barcos, que são colocados no rio no dia da abertura da festa. Pessoas de várias províncias vêem para acompanhar o evento, que é considerado um dos mais importantes de todo o país.

Conhecendo um dos templos no Laos

Mas a nossa conversa não ficou aí. Com aquela veste laranja, típica dos monges, Saykeo me contou um pouco mais sobre o Laos e sobre sua própria vida. Hoje com 22 anos de idade (monge desde os 15), ele procura deixar a o templo. Quer estudar outras coisas, melhorar o inglês – que aprendeu sozinho – e disse que a vida no templo não é mais para ele. Mas o governo não ajuda, então ele busca alguém que o possa financiar, já que terá que comprar comida, alugar um local para morar e até comprar roupas enquanto não consegue um trabalho na capital.

Aqueles minutos de conversa me passaram muita tranqüilidade e paz, algo que senti sempre por todo o tempo que estive aqui. Talvez seja o ritmo das pessoas ou a natureza espalhada por todos os lados do país.

Um dos belos templos de Luang Prabang

Estou apaixonado pela Ásia e já estou com saudades. Em quase três meses, esse continente me mostrou paisagens incríveis, conheci pessoas maravilhosas e vivi momentos inesquecíveis. De avião, tuk-tuk, bóia, bicicleta, moto, barco ou elefante, andei milhares de quilômetros e escrevi muitas páginas da minha vida. Páginas mais que felizes! Vou embora, mas com a certeza de que vou voltar!

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