Rumo a Komodo!

Olha, esse post foi bem difícil de escrever. Poderia fazer uns três, mas vamos deixar os mínimos detalhes pro livro, ok? Ah, antes que comecem a me xingar, prometo que ele vai sair, gente!

Levantei cedo e após o café liguei para o Hengky do meu skype.

Hengky trabalha no Parque Nacional de Komodo, mora em Labuan Bajo (LB), que é a última parada antes do parque em si e é cunhado de uma amiga minha, jornalista da Indonésia, que conheci em 2008, no estádio Allianz Arena, em Munique, durante minha primeira volta ao mundo. Ficou complicado? Bom, agora ele é um amigo! Disse que estaria fora por uma semana em um trabalho de campo em um local bem distante, mas pediu para ligar pra ele assim que pisasse na sua terra!

Conforme havia pedido, o avisei que estava embarcando de Bali para LB e segui pro aeroporto. Que voo bonito! A Indonésia é demais, da terra ou do ar! Ilhas e mais ilhas (são mais de 1.700) que iam passando pela minha janelinha.

Ao meu lado, se sentou Juan, um sr. simpático que voltava para casa no mesmo voo. Conseguimos conversar um pouco e seu sorriso largo demonstrava que ele estava feliz em conhecer um brasileiro. 

Aliás, como somos queridos pelo mundo! É impressionante! Quando me apresento e digo que sou do Brasil, a reação é sempre muito parecida, enchendo a boca e dizendo… “Ooooohhhh Brazil…. nice!!! Sambaaaa.. Soccer!!! Very good players!”. Vez ou outra lembram do Paulo Coelho, do Sepultura, do Fernando Henrique, do Lula e em outras dão umas patinadas, falando de Salsa ou de Buenos Aires… às vezes também me olham com cara de desconfiados e dizem que não tenho cara de brasileiro. E brasileiro lá tem cara de alguma coisa? É mais ou menos isso que explico, que vivemos em uma grande mistura, de norte a sul!

Olha aí, olha aí… não falei?! O post já tá quase na metade e nem comecei o assunto principal… não vai ter jeito…

Bom, segui as instruções de Hengky e liguei para seu celular assim que cheguei em LB. Na verdade caminhei um pouco pra fora do aeroporto, me livrei dos moto-taxis que queriam me cobrar 50 mil pra ir até a cidade (dez vezes o preço normal) e achei uma pequena mercearia, onde dois jovens fumavam e batiam papo. Aliás, como fumam por aqui! Muito solícito, Eric, um deles que falava um pouco de inglês, me ajudou a telefonar e daí em diante já monitorava tudo, atendendo chamados e me dizendo sempre para esperar, dispersando curiosos e interessados em me levar para a cidade. Alguns entravam no local, sentavam e puxavam conversa. Desistiam apenas quando percebiam que eu não ia sair dali enquanto não recebesse as novas instruções de Eric. Poxa, mas confiar em um estranho que acabava de conhecer? Pois é, nesse caso sim. Aliás, quando estamos em terras tão distantes, com culturas tão diferentes, temos que confiar no nosso feeling e acho que tenho seguido o meu, digamos assim,  de maneira satisfatória…  Se falha? Claro que sim, às vezes! Mas dá muito mais certo do que errado, pelo menos pra mim. Uso isso para direções, para saber se algo vale a pena ou não e principalmente para acreditar / confiar em alguém ou não. Olho nos olhos e decido! Na Malásia até bati boca com um cara na rua, pois não fiz o que ele queria, mas não achei que devesse confiar nele naquela hora. Ele não gostou. Me chamou de orgulhoso e depois veio atrás de mim falando besteiras. Não falo malaio, mas o tom não era simpático, então respondi em bom português! Ó lá, já saí do tema de novo… voltando…

Em alguns minutos o carro do Parque de Komodo parou pra me buscar e rapidamente eu estava na casa de Hengky. Esposa, irmão, um amigo me aguardavam. Pareciam felizes, mas estavam inquietos por não falarem inglês. Arriscaram algumas palavras e me deixaram confortavelmente esperando por alguém que poderia me ajudar.

Logo chegou Lalu, um outro companheiro do parque, amigo próximo de Hengky, que falava inglês muito bem e foi chamado às pressas para ser o interlocutor e, “oficialmente”, me dar as boas vindas. Todos se sentiram melhor, eu pude agradecer toda a ajuda e logo foi convidado para um super almoço indonésio de recepção. Daí em diante eu estava em casa, feliz e de barriga cheia.

Depois do almoço e de um ótimo papo, eles ainda me ajudaram a encontrar um hotel bom e barato e depois a negociar o barco para o Parque de Komodo. Por ser baixa temporada, com chuvas mais frequentes, os barcos não saem a toda hora, então precisei conseguir um que me levasse para a terra dos Dragões, maravilha natural da Indonésia. A negociação foi longe e acabei dividindo a embarcação com três personagens bem interessantes: um casal de senhores franceses que viaja o mundo há oito anos em um trailer e um produtor alemão de vídeos submarinos.Acham que ouvi boas histórias? Muitas, mas isso fica pro próximo post… até lá!

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6 thoughts on “Rumo a Komodo!

  1. Sabrina Lima

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    Teus posts são mais que inspiradores.. e essas fotos então, nem se fala Dan, cada dia mais lindas!! Beeijo enoorme e até a próxima.. =)

  2. DAN, estou adorando os relatos, e as fotos são maravilhosas. Hoje coloquei link no FaceBook: “Meu querido sobrinho Daniel Thompson – o Mochileiro das Maravilhas – continua sua volta ao mundo. Agora em Komodo, e no Parque dos Dragões. Recomendo! Os relatos estão ótimos, as fotos são lindas – e na volta vai ter livro.”

    Sempre divulgo, e a repercussão é ótima. Paulo e Hérika passam a semana em Paraty, com a Camila, e Lucas fica à tarde na casa dele ou vem na minha, e depois vai dormir na sua – usando seu quarto e sua cama. Está com 1 metro e 70., de repente; me passou por mais de uma cabeça. Saudades e beijos, tia CIÇÂ

  3. Hélio Shiino

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    Todas as vezes que se mencionam a respeito da localidade de Komodo, a primeira coisa que me vem à cabeça é o dragão-de-komodo.
    Você viu algum dragão-de-komodo???

    1. Olá Hélio! Pois é, no Parque Nacional de Komodo há mais de 3 mil dragões soltos. Eu vi alguns sim! Uns andando, outros descansando, alguns cuidando dos seus ninhos. Fique de olho no próximo post, pois colocarei várias fotos! Abraços!

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  5. Pingback: Meu encontro com os Dragões de Komodo! - Mochileiro das Maravilhas

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