A caminhada até Komodo começou no cais de Labuan Bajo, que estava deserto. A baixa temporada afasta os turistas e a ameaça das chuvas (sim, era época das monções na região) assusta muitos visitantes, mas a realidade é que as chuvas ocorrem, porém o sol sempre está por lá, assim como os dragões, que eram o meu principal interesse no local.
Eu negociava um barco só para mim, quando um casal de estrangeiros se aproximou. Eric e Michele, viajantes de carteirinha, que conhecem o mundo de cabo a rabo e viajaram durante os últimos oito anos em um camper (um pequeno trailer) feito por eles, também procuravam por transporte para chegar ao Parque de Komodo. Bom, me juntei a Eric que, assim como eu, tem fama de “viajante econômico” e apertamos o dono do barco, pelo telefone, até chegarmos a um preço razoável. E lá ia o telefone, das nossas mãos para as mãos de Yoga, o capitão do barco, que tranquilo e paciente, combinando com seu nome, esperava a nossa conversa com o dono de “Rainbow”, o barco que estava em negociação. Detalhes acertados e partida marcada para o dia seguinte!
No final, Florian , um alemão gente fina, cinegrafista e produtor de vídeos submarinos, que o casal francês havia conhecido, se juntou a nós e o preço do barco melhorou ainda mais.
Às oito horas da manhã seguinte deixamos o píer rumo a Rinca, uma das duas ilhas do Parque Nacional de Komodo. A paisagem lindíssima me distraía, mas não me deixava tranquilo. Eu estava muito ansioso para conhecer essa maravilha e sabia que os próximos dias seriam especiais. Nessa hora, só torcia para o tempo ajudar. E ajudou! Conforme nos afastávamos da costa, as nuvens iam sumindo e o sol brilhava forte! “Temporada de chuvas?”, eu me questionava, ironicamente, em pensamento!
Fotos, vídeos, bom papo e chegamos a Rinca. O píer modesto, de madeira antiga e instável, em uma pequena baía de mangue, contrastava com a placa de boas vindas, nitidamente nova, colocada após a consagração do local como maravilha natural do mundo: “Bem vindo ao Parque Nacional de Komodo”.
Caminhamos por 5 minutos e chegamos à sede do parque, onde os registros, pagamentos de taxas e das entradas eram feitos. Tudo acertado, eu já tinha minha acomodação, no próprio acampamento dos rangers, os guias que nos levariam para conhecer a região.
Não demorou muito e alguém já avistou o primeiro Dragão de Komodo. Um adulto, forte, se aproximava da cozinha dos rangers, que começavam a preparar o almoço. Saímos para a nossa primeira caminhada, que durou umas três horas, e vimos muitos dragões. Uns descansavam, alguns estavam mais ativos, nitidamente à procura de algo e outros cavavam ninhos e preparavam a casa da sua prole. Foi emocionante! Incrível chegar tão perto de um animal como esse, um carnívoro que chega a abater um búfalo com o poder de sua mordida e das bactérias da sua saliva. Um grande lagarto pré-histórico que pode chegar a medir três metros de comprimento e que se limita a este local, onde eu estava agora, e à quantidade de pouco mais de três mil e quinhentos. Experiência única!
Mike, nosso guia nessa primeira etapa, explicou mais sobre o animal, seus costumes e características, além de nos passar as coordenadas de segurança, como distância permitida, a importância do bastão com ponta em “Y”, assim como nos contou histórias interessantes de ataques de dragões a humanos.
Após um almoço bem simples, saímos para nova caminhada à tarde. Optamos por ir ao outro lado da ilha e vimos um número menor de dragões, mas, em compensação, pudemos ver a beleza do local e outros animais, como porcos selvagens, macacos, veados, búfalos e cavalos selvagens, que são raríssimos e dificílimos de serem encontrados. Dia fantástico que terminou com um mergulho e um banho de chuva. Depois disso, um bom banho e um jantar (sim, bem simples novamente) e cama!
Logo ao amanhecer, fizemos uma caminhada. Depois do café, zarpamos com Yoga e Rainbow. Na saída, avistamos um dragão nadando pela costa. Tranquilo e sereno. Essa foi a última imagem que guardei desse incrível animal! Ainda paramos na vila de Rinca, onde foi possível conhecer mais de perto a vida dos setecentos habitantes desse pobre vilarejo, que vivem basicamente da pesca e do turismo. Aproveitamos para conhecer a caverna dos morcegos gigantes e, no caminho de volta a Labuan Bajo, uma última parada para snorkeling na ilha das cores!
Aperte o play e confira como foi! 😉
A despedida da Indonésia foi em Kanawa, uma ilha (ou seria um paraíso?) a uma hora de Labuan Bajo. Dois mergulhos ótimos e muito sossego para quem quer esquecer do mundo!
A saída do país foi bem corrida e interessante, regada ao café mais caro e exótico do planeta, mas isso fica para o próximo post!
Até breve!
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Assista:
Episódio da minha passagem pelo Parque Nacional de Komodo na série O Mochileiro!
Leia também:
Mochileiro em Bali, na Indonésia!
Booking.com
armando mandi
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Show de bola!! Belas imagens, mano.
Hélio Shiino
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Grandes animais sobreviventes dos tempos pré-históricos!!!
Fugindo um pouco do que você aborda em terras indonésias, qual é a sensação de estar convivendo em um país que possui a maior população muçulmana do mundo! Comportamento, alimentação, programas culturais, etc.
Daniel Thompson
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Hélio, mesmo sendo grande maioria no pais, eles parecem viver em extrema harmonia com os demais, seguindo suas tradições e respeitando os demais! Pode ser uma impressão superficial de visitante, mas assim como em outros países muçulmanos que já passei, fui muito bem tratado e cada vez mais respeito os seguidores dessa religião. Abraços e obrigado pela visita ao blog!
Paula
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Uau! Dragões e morcegos gigantes!
Pingback: 2º episódio no UOL Viagem: Parque Nacional de Komodo! | Mochileiro das Maravilhas
Guilherme - Viajando com Eles
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Show de bola Daniel,
PARABÉNS…conheci Bali e Gili Trawangan…quem sabe na próxima vou a Komodo!!!
Abraços
Daniel Thompson
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Valeu, Guilherme! É isso aí, os destinos não se esgotam e sempre há coisas novas para conhecermos! Boas viagens para nós!
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Rafael
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Fantástico! Estive na Indonésia, mas só em Bali. Invejo muito quem já foi em Komodo e viu de perto esses animais incríveis! Fica pra próxima vez que eu for para aquela região! Muito legal mesmo!
Daniel Thompson
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Valeu Rafael! Quando voltar lá, vá até Komodo, pois vale a pena! Abração e obrigado pela visita ao blog!
pedro
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Na verdade o dragão não abate o bufalo, ele apenas da uma mordida em sua pata e vai embora, e fica esperando o bufalo morrer de septicemia.
Daniel Thompson
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Isso mesmo, Pedro! Até falei sobre isso no vídeo! A saliva dele é muito poderosa e até erroneamente considerada um veneno por alguns! Obrigado pela visita ao blog!
Giovanna Ramos
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olha a 1º pode não ser montagem mas a segunda é montagem…
Daniel Thompson
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Oi Giovanna, tudo bem? Obrigado pela visita ao blog! Espero que tenha gostado!
Sobre o seu comentário, desculpe, mas não entendi direito… :/
De qualquer maneira, te convido pra assistir ao episódio de Komodo e ver a montagem do meu equipamento, se é disso que estava falando! Aqui tá o link: http://www.mochileirodasmaravilhas.com.br/?p=7580
Boa viagem! 😉